Nas terras indígenas Bakairi e Santana, localizadas no estado do Mato Grosso, vivem grande parte do povo Bakairi, também conhecidos como Kurâ, que significa ‘indivíduo’. Eles são um povo ribeirinho, que tem na pesca e na agricultura sua principal fonte de subsistência.
As décadas de 1920 a 1960 marcaram a história do povo Bakairi devido aos conflitos com os seringueiros que viviam na região e os forçavam a trabalhar na extração de borracha, os proibindo de praticarem suas culturas e de utilizarem sua língua materna. A partir da década de 1980 houve um processo de reconquista das terras Bakairi, assim como o surgimento de projetos de desenvolvimento comunitário.
A língua bakairi pertence ao tronco linguístico Macro-Jê, é da família Karib e adota as ordens sujeito-objeto-verbo e objeto-verbo-sujeito em sua sintaxe. Os principais trabalhos de gramatização da língua foram feitos pelo grupo missionário Summer Institute of Linguistics (SIL), que começaram a atuar no Brasil no ano de 1959. Seu status no atlas das línguas em perigo da UNESCO é de uma língua vulnerável, ou seja, é uma língua falada por grande parte da comunidade, mas não é a língua utilizada no dia a dia. Todavia, os Bakairi utilizam sim sua língua no dia-a-dia, falando a língua portuguesa somente quando há a presença de um não indígena na comunidade.
De acordo com levantamento realizado em 2016, há na Universidade Federal de São Carlos 5 estudantes pertencentes a etnia Bakairi, sendo que 4 desses estudantes são falantes de sua língua materna, o bakairi.
Por Joice F.K Kavopi e Edmar Neves
