Os Pankararus

Os Pankararu

Os Pankararu, povo cuja grande parte da população vive no Estado do Pernambuco, possuem um triste histórico comum a vários povos indígenas oriundos do nordeste brasileiro, marcados por políticas de intervenções missionárias e por grandes perseguições que perduram até os dias de hoje, causando um grande apagamento cultural.

Mas mesmo com séculos de perseguição, o povo Pankararu consegue manter seus traços étnicos vivos, tendo suas terras localizadas nos municípios de Petrolândia, Itaparica e Tacaratu, que foram homologadas no ano de 1987. Algo importante da história dos Pankararu são as diversas viagens que suas lideranças realizaram para a capital de Pernambuco e até mesmo para a capital do país na época, a cidade do Rio de Janeiro, entre os séculos XIX e XX, com o intuito de garantir mais direitos para o seu povo.

Uma das marcas culturais dos Pakararu é a prática religiosa do Toré e o ritual da corrida do umbu, festejo que acontece por quatro semanas entre fevereiro e março época de colheita desta fruta de grande valor para o povo. Neste mesmo período os Pankararu buscam nas matas o cansanção/Urtiga, então após a entrega dos sextos enfeitados com frutas e outros alimentos claro sua principal umbu, os Pankararu dançam o toré, uma dança em circulo, onde um homem e uma mulher dançam de pareia, com os cansanções deitados sobre os ombros, pisando e girando com o intuito de acertarem uns aos outros, repetem esta dança três vezes ao som do Pife, Maracá e o Rabo de Tatu.

Como reflexo da forte repressão estatal aos povos indígenas do nordeste, a língua materna dos Pankararu, uma variante do Tupi guarani, pode ser considerada quase extinta, ou seja, sem grandes possibilidades de recuperação. Porém ainda há documentos encontrados na sua língua materna, e também continuam à procura de novos caminhos que possam os levar a conseguir a recuperação de seu tronco linguístico.

Na Universidade Federal de São Carlos há atualmente 20 estudantes que pertencem ao povo Pankararu, sendo uma das etnias com mais representantes na instituição.

Por Leonardo Silva e Edmar Neves

Fonte: Povos Indígenas no Brasil